Um dia pude observar uma criatura complexa de perto. Eu sentia o que ela sentia, via o que via, falava o que repetia.
Essa criaturaa era estranhamente normal. Assim como todas as outras.
Mas eu a enxergava por dentro, eu a imaginava fazendo coisas que ultrapassavam as leis da gravidade, eu notava o que ninguém percebia... Pensava que era apenas pensamentos meus, mas no fundo queria entende- la.
Ela não se mexia, apenas piscava rapidamente lento, ahh e aqueles olhos cor de terra nova, escura e fresca, talvez até molhada pela chuva de um fim de tarde, seus olhos que tinham um borrão preto no meio.... tão vazios e ao mesmo tempo cheios de vida, olhos que já viram muitas coisas ruins, olhos que conheciam a realidade... seus olhos passavam para mim conforto, eles eram um pouco arregalados, mas ela estava com medo ao mesmo tempo estava com vontade de ficar ali e esperar por algo que certamente não pertencia a ela, aqueles olhos que só eu os via como muitos não param pra ver. As suas roupas desgastadas cheiravam a cinzas, seu corpo era proporcional ao seu tamanho.
Sua pele com algumas imperfeições se tornava a mais bela criaatura que já vi.
Ela estava sentada, quando seus olhos se cruzaram com os meus eles se fixaram em mim, e depois de um pequeno tempo me olhando, só de passagem, seus olhos voltaram pro nada.
Que criattura ingênua, pensei para mim. Mas eu sabia lá no fundo que não, sabia que ela era a mais perfeita daquele lugar, a mais complexa, a mais segura de si. Seu pequeno sorriso a entregava, e ninguém percebia.
O que me faz pensar novamente nela.
E só com isso, eu passei a entender que as criaturas tem modos iguais a todos as outras criaturas, suas palavras são iguais, suas expressões são iguais, sentimentos são iguais, mas talvez são sentidos diferentes.
O que os tornas unicos e diferentes, são os olhos. Sua diferença ninguém pode a copiar.
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