Criatura fria, Criatura faminta, forma de vida ou de morte com fome insaciável, com sede inesgotável, com um desejo desenfreado. A besta que abrigava em mim, puro ódio, pura necessidade. Um vazio que só podia ser preenchido pela criatura, um vazio que só deixava de existir quando ela mostrava suas garras. Sempre a espera, sempre a espreita, sempre escondida atrás das sombras, o bailarino da lua, o eu que não era eu. Criatura que zomba, criatura silenciosa, imperdoável, inigualável. Seu rugido começa como uma brasa e termina como o inferno, sua vontade me leva a aguardar, aguardar o momento em que saciaria sua fome e te daria conforto, te daria de comer e colocaria novamente a criatura em seu devido lugar, atrás das sombras.
Rafael Ferreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário