Hoje eu acordei mais pra lá do que pra cá, e vou brincar de ser quem eu não sou.
Tive sonhos asquerosos essa noite que passou, ainda me vem na mente. Imagino coisas loucas.
Tomei meu café como de costume numa manhã de domingo, escovei os dentes e voltei para meu quarto, gosto daqui, mas hoje como confessei antes, acordei diferente, me sentei na frente do espelho mas não via reflexo nele, falava mais não me ouvia, eu me deitei na cama novamente e fiquei ali, sem reação olhando para o teto, era 8:00 da manhã e minha irmã ainda estava dormindo,meus pais haviam saido, eu não entendia o porque de não conseguir ver o meu reflexo no espelho, havia um bloqueio. Ficava me revirando na cama ela estava dura, e desconfortável, meu travesseiro que antes feito de algodão e pena, num instante virou um saco de espuma grossa e fétida. Eu ouvi uns ruídos no sótão que ficava logo acima do meu quarto, mas não dei bola, eram ratos... eles sempre estavam ao correr de um lado para o outro, olhei para o lado a pintura da minha parede estava a descascar rapidamente, em menos de um minuto meu quarto estava sem pintura alguma , e meu quarto ficou úmido, desliguei o ar condicionado, mas cada vez ficava mais frio e úmido, e aquele cheiro insuportável de carniça, ia abrir a janela quando os ruídos começaram a virar batidas, cada vez mais fortes, pancadas e mais pancadas, safanões e mais pancadas, sabe quando joga uma pessoa contra a parede diversas vezes, pois é.. parecia isso e no meio disso tudo uma voz gritava "me deixe dormir, eu quero dormir" sucessivamente, e gritava conforme as batidas cada vez mais alto mais alto mais alto. Eu estremeci de medo, me cobri dos pés a cabeça enquanto as pancadas iam ficando cada vez mais fortes, e os gritos cada vez mas ensurdecedores. De repente tudo se quietou, tirei a coberta de cima de mim, e fiquei olhando para o teto mais uma vez, mais estralos, estralos, passos na escada, passos... uma porta rangendo foi aberta, olhei para frente e...
"O que eu estou fazendo aqui" gritei, estava num lugar todo branco, havia um refletor florescente enorme em cima de meus olhos, me cegava. Me debatia, estava sem roupas, olhei para os lados nenhuma porta, nenhuma janela, apenas branco, só havia branco naquela sala, eu gritava, me debatia, proliferava palavrões, quando entrou na pequena sala dois homens um deles com uma seringa na mão, determinei que era algum tipo de calmante ou de droga, eu mandei eles irem pro inferno quando acordei na minha cama, "calma garota" sussurrou em meu ouvido uma voz desconhecida "foi apenas um contratempo, volte a dormir enquanto eu concerto as coisas, sim?" assustada corri da cama abri a porta do meu quarto e deparei bem na minha frente dois homens um deles com uma seringa na mão, dizendo "você deveria ter voltado a dormir"