"Que meus rogos cheguem a ti" suplicava ela tremendo com um crucifixo prateado na mão, o crucifixo cada vez mas e mais pesado. "Que meus rogos cheguem a ti"
Pobre alma, pensei, pobre alma. Tão nova e cheia de infortúnios. No canto da sala escura outra figura sem expressão alguma me olhava, procurava, sentia meu cheiro, por mais que ali eu não estava, senti um arrepio,me movi devagar para o lado. Aquela pequena figura se levantou e pesadamente deu um passo a frente, se apoiou na parede, com seus podres e fétidos pés, lançou um olhar de fúria para onde eu estava a observar, "será que me vira esse pobre infeliz?" sentou-se novamente, a ultima coisa que pude ver, foram seus olhos esbugalhados negros como a noite, seus grandes olhos famintos.
Foi quando acordei, sem mais em uma cabana cercada por grandes arbustos e via uma mulher fumar, ela fumava descontrolada seus cigarros, que pareciam nunca acabar. Entrei na cabana e me vi deitada em minha cama lendo uma revista, nisso eu acordei. Em casa, na minha cama, com o despertador tocando, you are my sunshine.
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