O ar lhe deu um choque frio, seus olhos lacrimejaram. Nada lhe passava em sua cabeça, nada além daquela silhueta sensual da moça do canal 13.
Pat Anderson, no momento em que sentou no banco do seu antigo Chevrolet Impala sentiu seus miolos fritarem, arrumou o retrovisor, tentou dar a partida mas seu carro não ligava. Passos começaram a se aproximar. Na sua cabeça cada segundo que passava, parecia uma eternidade. Parecia o fim. Mas de repente acordou em uma cabana no meio de um bosque, cercado de peônias e unicórnios.
Um lago, um lago, um lago, um reflexo no lago. Estremeceu. A terra estremeceu. Seu carro sumiu, suas roupas sumiram estava nu Sem nada, sem alma e nem amparo. Se sentia vazio enquanto ninfetas pairavam sobre ele cantando as mais lindas canções. A grama verde e molhada pelo orvalho da noite que vinha caindo. No céu as estrelas já começaram a brilhar, mas cade a lua?
Olhava ele para o céu perdido entre os planetas, entre as nações, perdido entre seus amores. Tudo isso o fez parar pra pensar.Pat Anderson era o único humano ali. Sem mais. Sem menos. Sem roupas.
Uma má influência, uma indecisão.
Acordou só,perto do canil de sua casa, ainda pelo ar frio e gélido da madrugada. Com roupas, com chaves, sem carro. Uma loucura gerada pelo seu Ego, no submundo da ilusão.
Aquele reflexo no lago nunca irá se apagar.
A silhueta sensual da moça do canal 13 ainda lhe passava em sua cabeça.
- Open Bar- disse o amigo dele pelo telefone.
Desligou pegou sua jaqueta de couro surrado pelo tempo e sumiu na escuridão da noite.