La vem ele, ainda tão distante de mim caminha entre as sombras do pessegueiro, cambaleando de emoção.
Se aproxima com um leve sorriso matinal, seus olhos brilham como se fossem pequenas pérolas brancas polidas, estende a mão na mais cautelosa sincronia para mim. Suas mão soadas por estar nervoso pegam nas minhas mãos frias, fixa seus olhos nos meus e acaricia meus cabelos como se fosse a primeira vez.
O vento atras de nós trás consigo um redemoinho de folhas secas de outono, lindas folhas secas.
Saimos caminhando através dos pessegueiros em que ele veio, os pianos nos espera.
Sua perfeitas sinfonias me fazem delirar, me sinto ávida quando ele toca.
Ascendo a lareira, um vinho tinto velho para nos esquentar. A magnifica cauda preta do piano me encara, me faz parar pra escutar meu pobre coração, que só sabe pedir para ele tocar.
Mesa posta, todas as janelas e portas fechadas.
Traga as letras, as notas e o violino.
Nossas sinfonias de outono, não são somente ensaios.
É a nossa precisão, autonomia. Nosso meio de fugir do mundo, de tudo.
Sempre nós dois, criando novas sinfonia.
E percebo que a cada minuto que passa, a cada dia que passa, a cada hora, segundo, mês que passa, eu preciso estar do lado dele, somente dele. Para encontrar ele no pessegueiro, para ascender a lareira, para encarar seus olhos brilhantes, e acima de tudo, para crias novas sinfonias de outono.
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