Eu recolho meus sonhos do varal e guardo eles no bolço do meus jeans
Assim como uma alma a procura de outra esta a caminhar, a vagar. Eu vou.
Mesmo não tendo sapatos para calçar, eu agradeço porque tenho pés.
Posso chegar onde quiser chegar e ir mais além do que posso imaginar.
Eu pinto aquarelas na parede e abuso da minha imaginação.
Meus livros estão deixados sobre a estante, abandonados por falta de concentração.
Sinto falta de sentir.
O enredo da minha alma de mover como correnteza no mar, meus cabelos virarem nó.
Me cubro com um sueter velho de lã. Repasso minhas falas e tudo continua bem
Nada de parar agora, a peça ainda não acabou.
Revirando o lençol sobre a cama mofada.
Quando as coisas correm pra esse lado do corredor, eu me sinto perdida.
Me sinto caindo de um enorme penhasco onde há cantorias e euforia.
Me sinto afogar com as palavras que nunca pude dizer.
Me sinto queimar e desfigurar diante das emoções.
Tremula minhas mãos, tremula meu coração.
Tremula minha voz, perco os sentidos a fala, o amor, a alma.
Me recuso a sair do palco sem aplausos.
Me recuso a chorar.