sexta-feira, 14 de junho de 2013

Delirar

Acorda tarde, enxuga as lágrimas. Ensaia um sorriso na frente do espelho, patético. Seus olhos borrados da maquiagem da noite passada, seu andar calmo e pavoroso. Pensa. Delira.
Surtos são visíveis em um critério de auto- proteção, a culpa cai totalmente sobre minhas costas.
Deliro.
As palavras que saem da minha boca gaguejam fazendo eco, repetindo as mesmas coisas, na minha direção.
Eu me preocupo demasiadamente em saber se hoje tem estrelas no céu. Doença? Não sei.
Salpica minha liberta imaginação. Rumores que alimento essa dor que há dentro de mim.
Não alimento, eu a aumento de proporção, é automático e não me responsabilizo dos efeitos colaterais.
E se pensar duas vezes, somos todos, ligeira depressão.
Um acústico novo chega na cidade, as bailarinas dançam freneticamente, rodopiando e rodopiando.
Meus cabelos cheirando a cigarros. Não tenho vícios. Virgulas e mais acréscimos.
Soma tua apatia. Soma a tua euforia. Aquilo que só te faz bem.
Apenas um pássaro voando no céu.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

É chuvoso e frio no inverno.

Eu preferia não acreditar que amanhã vai ser outro dia e que nada vai mudar. Nada vai andar, ou vai se perder no caminho, a direção não vai mudar e muito menos não vou fazer nada pra mudar. Vai continuar assim, porque eu gosto dessa bagunça, dos meus cabelos enrolados no desespero de sentir alguma coisa. Dor, amor. É estranho eu sei, mas não sei dizer oque me faz ficar. Dói, eu sei, todos os seus amigos morrendo, se matando por dentro, nada mais sentem. Me refugio pra perto desses sentimentos, mesmo não sabendo o motivo. Continuo sonhando com pessoas mortas, continuo me trancando em memórias escuras e horríveis.
E agora me pergunto. Como as coisas seguiram por esse caminho?
Talvez foi pela falta de minha iniciativa, ou pela falta de confiança de mim mesma para mim.
Prefiro não sustentar o fato de que sou uma perdedora. Uma fracassada.
Admito não querer admitir que tenho problemas dentro de mim. E que preciso de tratamentos.
Sou sim, uma suicida, uma culpada por tudo. Tudo oque eu penso é ruim, não me siga. Não fale comigo.
Eu troco de assunto rapidamente, falo rapidamente. Ninguém mais acompanha- me e prefiro assim.
Escrevo pra amenizar, escrevo pra tirar de mim todas essas palavras com gosto de mofo, que se aglomeram dentro de mim, é o fundo do poço?
Nada mais se encontra. Nada mais se perde. Não tenho nada pra apostar nos jogos sujos da minha vida.
Uma alma? Que tal? Já esta perdida.
Sinto fugir de mim, todos aqueles que um dia amei. Incondicionalmente.
Tenho medo de mim. Tenho medo de mim.



quarta-feira, 5 de junho de 2013

Suicidio

Mente vazia, atrai coisas vazias e sem nexo.
Suicídio vem a minha cabeça
Lateja, doe, parece que vai explodir, me anseio
Me prejudico, prendo a respiração mais uma vez.
Bailarinas dançam
Somos tão prejudiciais,.
Desculpa por que tenho medo de partir, mas quero.
Desculpa pelos meus sonhos que todos foram perdidos,
Agora tão próximo do fim,
Pensei em sair,tomar um banho e dormir
Mas ela deve de morrer,
Suicidar suas vontades e seus sonhos.
Porque tudo nela cheira mal,
Só ha podridão em seu coração.
Desculpa mais devo de fazer isso.
Não permito que suas lágrimas escoram sobre minha pele que agora pálida e sem vida diz adeus.
Não permito enterrarem minha carcaça em um caixão, quero sentir o fogo em meu corpo morto.
Que mesmo sem alma, quer proteção.
Desculpa mas era preciso ser feito.
Desculpa se você chegar em casa e me encontrar dormindo, vou dormir até os fins dos tempos.
Certamente não quero mais voltar pra cá.
Esse mundo sujo e imundo, que todos estão abusando.
Não quero mais voltar pra cá.
Suas putas, me deixem em paz.
Não chorem quando eu partir, vão me fazer sofrer,
Doem meus livros há uma instituição, doem meus textos há pessoas que ainda sonham em algo melhor.
Quero ver sorrisos em seus rostos.
Quero rosas brancas como um arco em meus cabelos.
Me queimem, joguem minhas cinzas no mar.

É pecado se alto mutilar?
É pecado se suicidar?

Se eu morrer agora, veja bem mamãe, vou continuar bela.
Se eu morrer agora, veja bem papai, sempre fui teu orgulho.
Variação da temperatura diga olá pra mim, diga olá pelo meu fim.


Virose

Sou apenas um reflexo no espelho
De nada adianta ser rei
De nada adianta ser barulho, estrondo.
Se nada sabe fazer.
Se rastejar no chão peça um consolo

Voar, matar desejos que te consome
Talvez realize um aspecto de sonho meu, realize.
Saia da sua área de conforto.
Me pergunto oque eu faço aqui?
Sem pernas, braços, quem mesmo vai me testemunhar?

Faço de conta que me perco, pra ele vir me achar
Faço de conta que acredito pra pararem de me perturbar.
Me diz oque te faz feliz?

Somos reflexos,
Calmos e calados.
Arregalando os olhos quando surge o medo, o desespero.
A insignificância de seus atos.
Calma, respira e tente outra vez.

Você acredita em algo surreal e isso temos em comum.
Você sente o fogo arder e te queimar e isso temos em comum.
Você foge dos contextos e isso temos em comum.
E se parar pra pensar nada que você fala acreditam e olha só que coincidência.
Isso também temos em comum.

O vicio, sacrifício
A doença que te exclui da sociedade
Suas deformidades
Junte com as minhas, idas, vindas, ferozes e vulgar

Percebe o quanto  errou?
Deverias ter acreditado nos meus argumentos.
Que mas tarde lhe sufocaram a alma
Náuseas, ausência de tudo, de todos.




Trago- te

Trago-te flores, velas perfumadas...
Trago taças, perfumes e iguarias...
Cordas de violino, melodias,
E promessas de horas sossegadas....

E bombons de licor, rosas beijadas...
Mascara de festim... Alegorias...
Delírios de nudez e fantasias
No rodopio das danças sagradas...

Eu trago o vinho numa ardente entrega....
- Esse sangue que das noites se rega
No estrondo colossal das alegrias...

E trago a jura de um olhar que espelha;
Um livro santo, uma flor de camélia...
...Trago-te estrelas, sonhos e poesias!


(Paulo Mauricio G. Silva)





terça-feira, 4 de junho de 2013

Sinta- o

Sentir, sentir, sentir
Buscar algo pra se entreter
Sentir, sentir,sentir
Sentir, seus dedos nos meus.
Sentir, sua pele macia
Se enredar, cuidar, desmaiar
Dor, dor, dor
Doer quando não se pode mais
Por fim morrer.
Agulhas em minha pele entram,
Fazem de mim escrava da perfeição
Me alimentam, alimentam meu pobre coração
Seguir por um caminho
Voltar, não se encontrar.
Veja,  veja, veja oque acontece com quem não sabe amar.
Veja como é seguro caminhar e tropeçar
Sinta os machados cortarem sua cabeça
Enquanto você lê. Enquanto você respira. Enquanto você corre.
Enquanto você dorme. Enquanto você próprio se corta.
Sinta o dever de sentir e sentir.
Sinta a dor
Sinta oque eu quero que você sinta,
Alimenta essa sua ansiedade por sentir.
A cada passo, passo a ser outro passo.
Marca meus passos, são passos marcados.
Sente- se e sinta o seu sentimento por sentir.
Sinta, o sangue de suas veias correr pela lamina que agora lhe corta.
Sinta, esse sono que desperta teus sentimentos, teu argumentos.
Sinta seguro de sentir, e amar.
Ame a dor. Ame a felicidade.
Ambas são sentidas da mesma maneira.
Ora sentidas para melhorar sua angustia, ora sentidas apenas por precisão de sentir.
Sentir.
Sinta o enredo de dois corpos nus,
Sinta o aconchego do meu corpo nu
Se aquece por rimas de satisfação para sentir.
Sentimentos que sentia quando não queria nada sentir.
Agora enche a sua mente, sente- se, aprecia seus sentimentos.




Sinestesia da minha ausência

Hoje eu conheci pessoas, sim P-E-S-S-O-A-S não foi sonho não, foi real tanto que ainda sinto o cheiro delas em mim. Momentos de nostalgia ao lado delas, essas ternas pessoas me fizeram enxergar o quanto eu estava me acabando, ou melhor, o quanto meu ego estava me derrotando.
Me sentia repulsa a qualquer atividade, tanto que manti votos de suicídio.

Após uma longa conversa me senti irradiando sentimentos bons.
Pendurei minha alma no varal e deixei as coisas ruins evaporarem
Agora me sinto livre,
E após responder uma pergunta, vi que todo esse tempo enganei a mim mesma.

Enganei a mim mesma, como pude ser tão infiel a mim mesma?
Me ponho a pensar, então
Pedi desculpas aos santos, pedi desculpas aos humanos, que ferozmente me atacaram proliferando palavrões. Pedi desculpas aos meus pais.
Acima de tudo, eu me perdoei e me aceitei.
Eu me aceito.

Não retruquei os humanos, pobres seres confusos
Se rebelam contra mim, porque um dia me rebelei a eles.
Desculpas?
Já pedi desculpas há vocês.
Já pedi desculpas há vocês.

Me aceitem e esqueçam que eu tenho cicatrizes
Esqueçam quem eu fui.
Esqueçam.....