domingo, 29 de setembro de 2013

Teatro desfigurado

Assovio para os ventos do norte me trazerem proteção.
Eu recolho meus sonhos do varal e guardo eles no bolço do meus jeans
Assim como uma alma a procura de outra esta a caminhar, a vagar. Eu vou.
Mesmo não tendo sapatos para calçar, eu agradeço porque tenho pés.
Posso chegar onde quiser chegar e ir mais além do que posso imaginar.
Eu pinto aquarelas na parede e abuso da minha imaginação. 
Meus livros estão deixados sobre a estante, abandonados por falta de concentração.
Sinto falta de sentir.
O enredo da minha alma de mover como correnteza no mar, meus cabelos virarem nó.
Me cubro com um sueter velho de lã. Repasso minhas falas e tudo continua bem
Nada de parar agora, a peça ainda não acabou.
Revirando o lençol sobre a cama mofada.
Quando as coisas correm pra esse lado do corredor, eu me sinto perdida.
Me sinto caindo de um enorme penhasco onde há cantorias e euforia.
Me sinto afogar com as palavras que nunca pude dizer.
Me sinto queimar e desfigurar diante das emoções.
Tremula minhas mãos, tremula meu coração.
Tremula minha voz, perco os sentidos a fala, o amor, a alma.
Me recuso a sair do palco sem aplausos.

Me recuso a chorar.



sábado, 21 de setembro de 2013

Tears

Noticias. Abraços. Olhos regalados e com medo. Sinto um pedaço de mim faltar, um pedaço da minha alma morrer. Não sei porque, justo você, tinha tanto orgulho, tinhamos tanto ainda oque viver, você tanto pra me ensinar. Sou tão fraca e agora sem seus braços pra me proteger, sem suas mãos e o conforto do seu leito pra me amar. Vou guardar tudo oque você me ensinou. Não vou te decepcionar, dia após dia vou lutar e sorrir, mesmo doendo e sentindo sua falta vou sorrir.
Um deslize, nada pude fazer. Nada pude dizer pra te ver melhor. Você estava tão longe de meus braços.
Agora, acendo incensos, você nunca gostou de incensos mais acendo eles em teu nome e mando boas vibrações. Só isso que eu posso fazer.
Queria tanto voltar no tempo e impedir você de ir pra la.
Queria tanto voltar no tempo e gritar pra todos que eu te amo tanto, que eu te amo tanto pai.
Queria voltar no tempo e te abraçar mais te beijar mais, me acolher em seus braços e dizer que você é o melhor pai do mundo.
Desculpa por não demonstrar meus sentimentos como deveria demonstrar. Desculpa pelas coisas feias que disse a você.

Eu prometi debruçada sobre seu caixão que eu vou te dar orgulho.
Chorei tanto em seu ombro gélido, minhas lágrimas salgadas molharam seu terno de linho, lavaram minha face, lavaram minha alma. Aceitei.Agora eu aceitei.
Era chegada a sua hora paizão, você esta em lugar melhor. Evoluiu oque tinha pra evoluir. Você aprendeu oque tinha pra aprender e ensinou tudo oque tinha pra ensinar e até um pouco a mais. Você nos deu orgulho, honesto e trabalhador sua fisionomia séria e amavel, adorado por todos. É assim que eu vou lembrar de você.
Você vai nascer de novo pai em outra vida, você vai ser mais feliz, você vai ver pai, não vai sofrer como sofreu.
Ainda vamos nos encontrar pai. Em outravida em outro mundo.
Nos meus sonhos.
Quem sabe oque o futuro guarda pra nós?
Te amo pra todo o sempre.

domingo, 15 de setembro de 2013

Ramona I

Tristemente ela sorriu (como fazia todos os dias) na frente do espelho, ensaiou um "ola" e pensou você esta horrivelmente horrivel hoje.

Oito horas da manhã de um verão estupidamente infernal e o pior de tudo: ainda era terça feira. Você ja deve de saber, as semanas demoram pra passar nesses dias do ano onde o calor é acima dos 30°. Ainda estava vagamente fora de seu corpo, rindo sozinha e lembrando do que fizera na noite passada junto com Alisha sua amiga ruiva de 19 anos que era envolvida em assuntos digamos que um pouco infernais,assim como as tardes de verão. Desceu as escadas em um compasso calmo e vazio, ainda estava de blusão, cabelo bagunçado e com a cara inchada, quando Taylor seu irmão mais novo a interrompeu de seu transe.
__ Onde você estava ontem a noite? Mamãe não gosta que você sai escondida. Disse ele preocupado com Ramona.
Ramona parou e virou assutadoramente para encarar os pequenos olhos verdes de Taylor __ Olha aqui garoto se você  contar a mamãe que eu sai ontem a noite eu te mato com minhas mãos, entendeu? Você esta atrasado vamos logo que eu vou te levar pra escola.
Ramona costumava ser assim, calma e pavorosa, sinceramente eu tinha medo de encarar olhos tão profundos de tristeza e compaixão que eram os olhos de Ramona. Gostava de seu jeito compreensivo e durona que me fazia estremecer.
__ Você vai assim? Olhando suas pernas a mostra e sua blusa rasgada dizendo "batman is cool".
Ramona subiu colocou seu calção e desceu correndo com as chaves da kombi na mão.
__ Let's go baby Taylooor. Cantarolou ela com sua voz mais engraçada possivel e sua cara de psicopata.

Seus olhos pretos e seu longo cabelo branco eram simbolos de perfeição para Deen, um rapaz do colegial que seguia Ramona na biblioteca e na cafeteria todos os dias desde que ela se mudara para a nova cidadezinha ao sul de Louisiana. Ela odiava quando as pessoas a seguiam, imagina só um desconhecido, bom não era tanto assim desconhecido mais pra ela era o cumulo.
Então entrou em um beco e sumiu, ela tinha dom para essas coisas.
__ Ola. Sorriu ela para um gato preto que cruzara seu caminho. Gostava de gatos pretos pelo simples fato de serem pretos.
Mais tarde encontraria Alisha na cafeteria. Antes é claro de dizer um oi para Frederic que segundo ela, era o seu objeto sexual.



domingo, 8 de setembro de 2013

Desenrolar

Eu me pergunto, até que ponto a mente humana pode chegar? Até que ponto de loucura podemos alcançar?
Não sei se existe nivel de insanidade dentro de nossas inexplicaveis mentes. Não reconheço todas as emoções. Ainda não senti tudo oque tinha pra sentir, não é primeiro item do rascunho que costumo chamar de vida. Quero sentir sim, mais isso não é prioridade pra uma pessoa como eu.
Mesmo não querendo, sou diferente das outras pessoas, tem dias que até gosto do fato em que sou diferente, mas outros, se torna um pesadelo.
Eu realmente me preocupo se tem estrelas no céu e se a lua vai brilhar hoje. Sonhos estranhos e sensações ja vividas antes. Tenho uma mente perfeitamente completa e gosto de tornados.
Não é delirio, mais tem dias que tenho medo de mim, não expecificamente de mim, mas de meus pensamentos.
 São sujos.
 Imundos.

Mando cartas ao passado do meu futuro presente.
Espero que eu nunca me contente com os rascunhos que faço. Gosto de racunhos.
Gosto do tempo que tenho pra escolher cada palavra, como se todo o tempo do mundo pertencesse somente a mim e mais ninguém. O tempo é só meu. Mas estou sempre atrasada, que imperfeição.
Prefiro acreditar que amanhã não é um novo dia, mais um fim. O começo é o fim.

Rabisco emoções ja vividas em um caderno, tento fazer poesia com meu versos sujos.
Mando cartas ao passado. Quero que seja um novo futuro.
Tudo se encaixando e virando e desenrolando...
E se?
E se eu pegasse suas palavras tão sinceras e transformasse em poesia?


                 Não cabe a mim explicar o cosmos porque sou matéria, faço parte do cosmos.

Lunatica. Dizia minha alma a si própria.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Conjugar

Eu morri.
Simplesmente deixei de existir da noite pro dia, acordei e ja não estava mais ali.
Carcaça ao vento, apenas.
Sinto desperdicio de tempo, mais, uma vasta ideia de "somos tão jovens" ainda me faz persistir.
Sim, eu estou ricamente envolvida em um desperdicio de tempo.
Meus olhos doem, nauseas, rodopia.
Tento ainda conjugar alguns verbos de felicidade e tenta-los encaixar na minha patética ideia de vida.
Acordar e delirar.
Vultos, azuleijos azuis, almas enroscadas no chão.
Eu não exclamo mais o porque de isso estar assim, eu que escolhi esse caminho.
Tenho pena de mim.
Pobre alma inquieta diante dessas paredes brancas que me cercam.
Atrasada.
Passos curtos e calmos, eu ainda tento.
Todos ainda tentam.
Redemoinhos e concertos, orquestras desafinadas,simbolos e mais rabiscos em um caderno de desenho.
Meus lapis acabaram, meu vigor não foi aceito.
Eu me matei apenas com um gesto.

Quem és tu, pobre vivente?

domingo, 1 de setembro de 2013

Soul

Abatimentos. Batimentos. Recaidas de sentimentos
Olhos nus descabelados ao sair no vento, um lamento.
Lustra seus argumentos, sua curiosidade por emoção.
Uh sinta- se voar por céus estrelados, sinta cavalgar

Diferenças não são doenças, diferenças são atitudes
Desistir. Revigorar um asteroide, segura sua alma
Fugir, vadiar sob um céu azul
Vermelho.
Sinta

Julgaremos os escravos querendo liberdade, somos os escravos esperando a liberdade.
Quero poder dizer, i'am free
Figuras em decomposição, cheiro de rosas com brisa do mar
No ar.

Quero poder esperar pra perguntar a você
Viu?
Sentiu?
Viveu?

Somos forasteiros baby, fugindo de si próprios
Fugindo para outras cidades, paises. Sem perceber
Que nós somos os verdadeiros problemas.
Cheira, sinta.
Os corpos em decomposição.

I'am free baby, i'am free